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sábado, 18 de dezembro de 2010

Baile de Máscaras

 Era um baile de máscaras. O espetáculo era encantador com notas de grotesca insanidade e requintes de voluptuoso horror. Gargalhadas doentias se faziam ouvir por entre as muitas vozes no salão. Não havia música. O vinho cintilava nas grandes canecas de latão que passavam de boca em boca. A corte dividia o salão com ratos que subiam nas mesas, roíam os vestidos das damas e se alimentavam de homens e mulheres que já não se aguentavam de pé. Lady Aërinah sentia um misto de medo e encanto com tudo aquilo. Assistia a cena sem entrar totalmente nela. E então ela viu. Dentre os muitos convidados, lá estava ele. O Cavaleiro Negro, ainda de armadura completa, cavalgava por entre as pessoas. Seus gritos de guerra sobrepunham-se a todo o barulho da festa. Ela procurou seus olhos por um tempo até que, enfim, os encontrou. Mais uma vez aquela sensação entorpecente tomou conta de seu corpo. Mais uma vez os olhos a enfeitiçaram. E ela sentiu um desejo enorme de conhecer todos os mistérios por trás daquela armadura negra. Quem seria aquele cavaleiro que invadira sua vida de forma tão sutil? Na tentativa de se livrar do feitiço, Aërinah fechou os olhos. Porém, quando os abriu, não mais viu seu Cavaleiro Negro ou o baile e sim seu quarto que já era iluminado pelas luzes da alvorada.
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