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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Enquanto seguia ao encontro de seu pai, Aërinah cantarolava uma cantilena que lhe ensinara a avó. Era uma melodia animada executada na flauta e parecia convidar todos a dançar. Um claro sorriso brincava nos lábios da princesa enquanto essa atravessava os corredores mal iluminados e frios do palácio. A pouca luz que passava pelos vitrais das janelas acariciavam a pele da moça dando um ar sombrio ao que na verdade irradiava alegria e vida. Prímula e Ana seguiam Lady Aërinah a certa distância com expressões sóbrias e vazias como é mesmo típico das damas habituadas à rotina da corte do Rei Eric. Os que passavam pelo pequeno cortejo cumprimentavam a princesa com uma meia reverência e olhavam-na com desaprovação: uma dama como ela não deveria andar dançando e cantando pelo palácio... O que estaria acontecendo com aquela jovem? Não teria ela respeito pelo nome de seu pai? Já não era segredo que, apesar de já estar noiva de Sir Neil, a princesa trocara olhares com o misterioso cavaleiro de armadura negra que participara do torneio do dia anterior. E, a julgar pelo seu sorriso, a culpa não lhe fazia arder o coração. Pobre Rei...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Aërinah se levantou e estudou sua imagem no grande espelho de prata em formato oval na parede. Seus cabelos   castanhos escorregavam em grandes cachos por seus ombros e se estendiam até a metade de suas costas. Sua pele branca reluzia sob o sol que entrava pelas janelas de seus aposentos. Seus olhos negros brilhavam refletindo uma parca ideia da luz que havia em seu coração.
Nesse momento a porta do quarto se abriu e Prímula e Ana, suas damas de companhia, e Marian, a criada, invadiram seu quarto. Enquanto era vestida e limpa, Lady Aërinah ouvia, sem grande atenção, os compromissos daquele dia. Seus pensamentos voavam longe... para algum lugar em seus sonhos onde poderia encontrar novamente o seu Cavaleiro Negro. Algo naqueles olhos convidavam-na, apresentavam um mistério a ser solucionado e mesmo que ela quisesse - e não era esse o caso - não conseguiria se libertar daquela armadilha.
Foi despertada de seus devaneios por Nicholay, o mensageiro do rei, que trazia um  pequeno bilhete: a dama deveria se encontrar com seu pai na sala do trono assim que estivesse devidamente vestida.